Restos de Colecção: Palácio Sabugosa

8 de maio de 2013

Palácio Sabugosa

Conde de São Lourenço foi um título criado por D. Filipe III, por carta de 26 de Junho de 1640 a favor de Pedro da Silva, administrador colonial português e governador-geral do Brasil, e a seus descendentes.

Conde de Sabugosa, foi um título criado por carta de 19 de Setembro de 1729, do rei D. João V, a favor de Vasco Fernandes César de Meneses, alferes-mor do Reino, alcaide-mor de Alenquer, comendador de São João de Rio Frio e de São Pedro de Lomar, vice-rei da Índia e do Brasil.

                                                                                   Palácio Sabugosa

                                

D.António Maria José de Mello Silva César e Meneses, (1825-1897), o 8.º Conde de Sabugosa, 10.º Conde de São Lourenço e 3.ºMarquês de Sabugosa, foi um aristocrata português que teve uma participação relevante na vida política, tendo sido militante destacado do Partido Histórico, foi Par do Reino com grande participação na Câmara dos Pares, governador civil, administrador de empresas, historiador, diplomata e Mordomo Mor da Casa Real

                                                                           Conde de Sabugosa e família

                                   

 

Viveu, assim como a sua dinastia, neste "Palácio Sabugosa", cuja quinta noutros tempos estendia-se até à capela de Santo Amaro. Este Palácio, situado na rua 1º de Maio em Alcântara, teve origem numa casa de campo de D. Luís César de Meneses, governador do Rio de Janeiro e mais tarde, já alferes-mor do Reino, Governador de Angola. No início do século XVIII, um dos seus descendentes D. Vasco Fernandes César de Menezes, 1º Conde de Sabugosa, procedeu a grandes obras nas casas daquela propriedade, então chamada Quinta Cesária. Mais tarde durante o século XIX, viria de novo a sofrer obras de restauro.

 

 

Foi na biblioteca deste Palácio que o Conde de Sabugosa, encontrou o "Auto da Festa" de Gil Vicente, que andava desparecido, tendo mandado publicar posteriormente. O Palácio de Sabugosa terá ainda sido a fonte de inspiração o seu amigo Eça de Queirós, para a descrição do Ramalhete no romance “Os Maias”. Na Capela deste Palácio Sabugosa pode ser encontrado um Cristo de autoria de Machado de Castro.

                                

No Bairro de Alvalade, em Lisboa existe a Rua Conde de Sabugosa e é uma das transversais da Avenida da Igreja. O “Palácio Sabugosa” é hoje, património municipal.

fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian

3 comentários:

Anónimo disse...

Este palácio tanto quanto sei ainda pertence à família que nele habita.
cpts

José Leite disse...

Caro(a) Anónimo(a)

Grato pela informação adicional

Os meus cumprimentos

José Leite

Rui Granadeiro disse...

Caro José Leite,

Alguma informação complementar sobre o mesmo palácio [cf. Araújo Agostinho, Experiência da natureza e sensibilidade pré-romântica em Portugal : temas de pintura e seu consumo: 1780-1825, Porto, Edição do Autor, 1991].

Cumprimentos

Rui Granadeiro



J, Pillement - Sala de Jantar do Palácio Sabugosa



O velho solar dos Césares, na Rua 1.° de Maio, a Santo Amaro, que remonta aos começos de Seicentos, recebeu grandes transformações nasegunda metade da década de 1780. D. António Maria de Melo da Silva César e Meneses (1743-1805), 7.° Conde de S. Lourenço, 5.° Conde e 1.° Marquês de Sabugosa era homem de gosto, possuindo a sua casa produções de alguns dos nomes mais representativos da época: Joaquim Machado de Castro, Domingos António de Sequeira, Domenico Pellegrini, Morgado de Setúbal. Lembrar-se-á também o seu próximo parentesco com os Marialvas: havia casado, em primeiras núpcias, com D. Joaquina José Benta Maria de Meneses"*', sendo pois cunhado do edificador da residência de Verão de S. Pedro (Sintra).



Não admira então que tenha entregue a Pillement a decoração a fresco da sua sala de jantar, pequena mas sugestiva, com sua planta elíptica e o remate em cúpula, vazada por duas frestas opostas, de iluminação. Envolvendo uniformemente as paredes e a cobertura, o artista simulou um denso ambiente tropical, quente e verde, onde se impõem as palmeiras do Brasil, animadas pelo colorido vivo das plumagens das aves e pela graciosidade de ginásticos saguís, não faltando mesmo, como uma assinatura do lionês e da sua integração nas geografias culturais que percorreu, o voo de fantásticas e portuguesas "passarolas".